terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Encanto

(inspirada na sonoridade do poema TANTA TINTA, de Cecília Meireles)

A menina tenta
espantar seu pranto.
Tenta tanto!
Num momento
inventa
um encanto...
Espanto!
O seu canto lento
como a voz do vento
num triste lamento
canta tanto!

(Em 1988. Quando eu tinha 25 anos a menos que hoje.)

Esta postagem se deve ao fato de eu ter publicado no FB esse poema, após revisitar em áudio os poemas de "Ou isto ou aquilo", de Cecília Meireles. Tudo culpa da colega de profissão e área, Else Emrich.
Abaixo, o poema:

 TANTA TINTA

Ah! menina tonta, 
toda suja de tinta
mal o sol desponta!

(Sentou-se na ponte, 

muito desatenta...
E agora se espanta: 
Quem é que a ponte pinta 
com tanta tinta?...)

A ponte aponta

e se desaponta. 
A tontinha tenta 
limpar a tinta,
ponto por ponto 
e pinta por pinta...

Ah! a menina tonta! 

Não viu a tinta da ponte! 

Cecília Meireles



segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Se te faltar uma parte tua...

Se te faltar uma parte tua
Eu busco pra ti um pedaço da lua
Lua crescente
Que é pra essa parte
Cicatrizar, como a arte
Cicatriza a alma da gente...

Eu busco pra ti um pedaço da lua...
E da poesia faço a mistura etérea
Areia que adere no brusco aço
Para que nunca mais se destrua!

Se a minha arte recente
Assim como a lua eletriza
Teu cálido rosto de irmã,
Te peço: perdoa-me!
Que nada mais sou que teu ímã!!













Só pra ter a certeza de que nada separa a gente. Nossos laços são de amor e sangue, não é por acaso...

E assim sendo, depois de um período de aridez poética, surge um poema tão significativo...

Muitos momentos inspiradores tive, por muitos temas passeei, muita dor e perplexidade experimentei nesses últimos seis meses que pudessem me despertar o fazer poético... mas não... Só agora, só por você, Graça.