sábado, 12 de março de 2011

Tímida

 TÍMIDA

Descobri que sou tímida
Tenho medo de falar pros outros
O que falo pro papel: converso
Com as letras, faço verso
E rimo minha confusão.

Minha voz já se tornou tinta
Escorregadia, da caneta que me guia.

Assim eu me abro,
Começo e não paro,
Feito cachoeira
Feito lágrima de perda
Feito batida de coração.

Tenho um talento adormecido,
Porém latente
E enfurecido
Dentro de mim.

Esse talento é tão somente
Necessidade: desabafar com alguém,
– Ninguém...
Desabafo pra mim,
E minha poesia sai assim...

Quem me vê não alcança minh’alma
Quem me lê se engana:

Eu sou tão profundamente
Que, quando minha luz se apagar,
Já será dia.

Poema premiado e publicado na coletânea POESIA NA ESCOLA - 2001, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, categoria Profissionais da Educação.

Um comentário:

  1. Perfect, Karla!! expressou exatamente o que tabém sinto ao escrever.Bravo!!!

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