TÍMIDA
Descobri que sou tímida
Tenho medo de falar pros outros
O que falo pro papel: converso
Com as letras, faço verso
E rimo minha confusão.
Minha voz já se tornou tinta
Escorregadia, da caneta que me guia.
Assim eu me abro,
Começo e não paro,
Feito cachoeira
Feito lágrima de perda
Feito batida de coração.
Tenho um talento adormecido,
Porém latente
E enfurecido
Dentro de mim.
Esse talento é tão somente
Necessidade: desabafar com alguém,
– Ninguém...
Desabafo pra mim,
E minha poesia sai assim...
Quem me vê não alcança minh’alma
Quem me lê se engana:
Eu sou tão profundamente
Que, quando minha luz se apagar,
Já será dia.
Poema premiado e publicado na coletânea POESIA NA ESCOLA - 2001, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, categoria Profissionais da Educação.
Perfect, Karla!! expressou exatamente o que tabém sinto ao escrever.Bravo!!!
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