Se umas qualidades observo no dia a dia,
Outras tento adivinhar, e as imagino;
Mas, se em algo eu errar,
Me perdoa,
Que tu não és fácil de desvendar:
Curiosa, persistente, decidida,
Inteligente, racional, objetiva,
Perspicaz, sagaz, possessiva,
Bem-humorada, alegre
E fiel àquilo em que acreditas.
Tudo em ti é
Definição: preto no branco,
Claridão, prontidão.
Não há fingimentos,
Não há espaço para a hesitação.
Para Liane (Re)conhecer-se
Tua rigidez é só casca.
Defesa?
Somente uma mascarazinha de proteção
Que quase engana; mas tua armadura
Às vezes sucumbe a um frágil
Abridor de latas acompanhado de um sorriso...
Tanto sentimento aí dentro
És explosiva sim,
Intensa,
Mas muito longe da bruxa
Como insistes em te rotular.
Tu não és tão racional assim,
Tens um pouco de sonhadora
Senão, não serias professora!
Passeias com tua morenice
Às vezes salpicada de pó de giz
E, pra disfarçar a doçura, dizes:
– Seus pentelhos!
És boa de conselhos, que eu,
Na minha gravidez de saber viver,
Ouço com atenção.
Tu serias uma ótima irmã mais velha
Pois tens uma asa
que inspira proteção.
Tu és grávida demais
Nesta tua sensibilidade de mulher...
Aliás, a maternidade
abriu uma fenda no teu escudo:
Tens uma doçura tão grande
Quando falas do Rafael...
(Não gostaste de amamentar
Detestaste o peso da barriga
Mas o teu filho
É a razão da tua vida!)
Quem souber te desvendar
Terá uma amiga para sempre.
06/12/1994
Liane! Querida amiga, cúmplice e confidente em longos regressos à casa, na volta do trabalho. Mas não só isso: como diz o poema, uma irmã, a quem admiro e de quem sinto muita saudade!
*imagem "roubada" do álbum do orkut de Liane*