sábado, 17 de março de 2012

Resposta

Estava assim naquela época...
Resposta
(para Euclydes Fernandes)

Pedes para meu coração abrir
Investigar, remexer, descobrir
O que cabe ou não,

O que nele posso guardar,
O que devo desprezar,
Quem sabe a solidão?

É tarefa difícil essa:
Tenho medo e pressa...

Achava coubesse tudo:
A lua o irmão o cacto
a casa o bruto o pacto

Mas, se o que sinto
Não cabe, mesmo, no coração,
Como não te dar razão?

A tua a mão o fato
a asa o luto o ato...

30/03/2005
Karla Antunes

(A persistência é pálida:
Cálida tem sido a existência!)

      Poema escrito em início de 2005, época de muitas perdas e algumas retomadas. Foi realmente uma resposta ao meu provocador amigo e poeta sensível Euclydes, também professor, que atua comigo já há 8 anos no PEJA - Programa de Educação de Jovens e Adultos.

Dimensão

Abre teu coração...
Vê que nele não cabe tudo,
Todas as emoções da existência.

Vê, com nítida calma,
E cálida persistência
O que te cabe na alma.

Vê se podes guardar
Todas as marés, gaivotas, palmeiras e ventanias...

Mas, abre teu coração com cuidado
Pois ele és tu ferido
Ele és tu atado,
Ele és tu despido,
Ele és tu alado...

Depois de dimensionar
O que cabe em teu coração
Aprendas de novo a amar
sem rancor,
sem angústia,
sem solidão...

(Euclydes Fernandes)

- imagens capturadas no google -

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