Poema POESICÍDIO, declamado no Sarau do Corujão da Poesia, na Casa Gastromar, em 12.07.2019, durante a FLIP, em Paraty, RJ.
Fiquei até tarde na FLIPEI, a FLIP dos Escritores Independentes, do lado ESQUERDO do rio Perequê-açu quando começou a esfriar terrivelmente.
Antonio foi até a pousada trocar de roupa enquanto eu assistia às mesas no barco pirata; não percebi nem sua ausência nem escurecer.
Quando ele voltou, trouxe roupa para mim: um casaco (é o que estou vestindo no vídeo) e... a calça do meu pijama!!! Por isso estou no vídeo de short mesmo...
POESICÍDIO
Ela se lançou da mais alta palavra
aspirou a letra mais tóxica
envenenou-se com a sílaba mais letal
queimou-se nas rimas mais incendiárias
e nos versos mais doentios se prostrou
enrolou-se nos trocadilhos mais ásperos
esfaqueou-se com as antíteses mais afiadas
mergulhou nas estrofes mais turbulentas
perdeu-se na polissemia mais torpe
seu corpo foi encontrado nas mais ermas metáforas
cometeu poesicídio.
KLARA RAKAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário. Será um grande incentivo!