segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Poesicídio





Poema POESICÍDIO, declamado no Sarau do Corujão da Poesia, na Casa Gastromar, em 12.07.2019, durante a FLIP, em Paraty, RJ.

Fiquei até tarde na FLIPEI, a FLIP dos Escritores Independentes, do lado ESQUERDO do rio Perequê-açu quando começou a esfriar terrivelmente. 


Antonio foi até a pousada trocar de roupa enquanto eu assistia às mesas no barco pirata; não percebi nem sua ausência nem escurecer. 


Quando ele voltou, trouxe roupa para mim: um casaco (é o que estou vestindo no vídeo) e... a calça do meu pijama!!! Por isso estou no vídeo de short mesmo... 



POESICÍDIO


Ela se lançou da mais alta palavra

aspirou a letra mais tóxica
envenenou-se com a sílaba mais letal
queimou-se nas rimas mais incendiárias
e nos versos mais doentios se prostrou
enrolou-se nos trocadilhos mais ásperos
esfaqueou-se com as antíteses mais afiadas
mergulhou nas estrofes mais turbulentas
perdeu-se na polissemia mais torpe

seu corpo foi encontrado nas mais ermas metáforas


cometeu poesicídio.



KLARA RAKAL

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